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O segmento de turismo de negócios apresentou no terceiro trimestre do ano vendas de R$ 548,2 milhões, valor que corresponde a uma queda de 81,7% em relação ao mesmo período de 2019. No segundo trimestre, a queda foi mais intensa, de 90,2%, para R$ 295,1 milhões. Os dados são da Associação Brasileira de Viagens Corporativas (Abracorp).
O segmento respondia por cerca de 60% das vendas do setor de turismo no Brasil antes da pandemia de covid-19. Gervásio Tanabe, presidente-executivo da Abracorp, estima que hoje o turismo de negócios representa de 15% a 20% das vendas totais do turismo no Brasil.
“No ano, as vendas devem atingir queda de 60% a 70%. Esperávamos uma recuperação mais rápida, que não está acontecendo”, afirmou Tanabe. No ano passado, o mercado de turismo de negócios movimentou R$ 11,39 bilhões em vendas.
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De acordo com os dados da Abracorp, houve melhora no ritmo de vendas na comparação mês a mês no terceiro trimestre. Em setembro, as vendas somaram R$ 207,4 milhões e era 67% maiores do que o total registrado em julho. “O setor esperava um crescimento de 30% ao mês, mas a retomada está lenta. Um dos reflexos disso é o desequilíbrio na definição dos preços dos serviços turísticos”, afirmou Tanabe.
O valor médio da tarifa aérea, por exemplo, caiu 27,3% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de 2019, para R$ 564 por trecho.
As vendas de bilhetes aéreos para voos nacionais, feitos pelas operadoras de turismo de negócios, somaram R$ 219,4 milhões no terceiro trimestre, com queda de 81,9% ante o mesmo intervalo de 2019. Em número de passagens a queda foi de 75,1%, para 388,6 mil bilhetes. As vendas de bilhetes aéreos para viagens internacionais de negócios tiveram queda de 93,6% no trimestre, para R$ 47,8 milhões.
As reservas em hotéis nacionais tiveram retração de 64,6%, para R$ 222,5 milhões. As reservas em hotéis internacionais, por sua vez, tiveram queda de 93,8%, para R$ 8,3 milhões.
O melhor desempenho foi no segmento de locação de veículos, com redução de 37,5% em viagens nacionais, para R$ 25,6 milhões. Em viagens internacionais, a locação de veículos teve redução de 94,7%, para R$ 393 mil.
“No período de baixa temporada [março a junho e agosto a novembro] as vendas vêm principalmente do turismo de negócios. Isso ajuda a manter a média de preços do setor”, disse Tanabe.
O executivo disse ainda que o anúncio de novas restrições em países da Europa por causa da segunda onda de covid-19 preocupa o setor.
“As multinacionais adotam medidas globais de segurança. As restrições de viagens são adotadas no mundo todo, mesmo que no Brasil o número de casos da doença estejam regredindo”, ponderou Tanabe. Essas restrições podem atrasar mais a retomada do turismo de negócios, na visão do executivo.
As empresas Tour House e 4C Solution realizaram a 1ª Pesquisa de Mercado – Bússola Mice, para avaliar o potencial de retomada do segmento de eventos corporativos – segmento que estimula vendas de passagens, hotelaria e outros serviços turísticos. As empresas ouviram 1.409 profissionais das áreas de saúde, alimentos e bebidas, alimentos e bebidas, bens de consumo, indústria farmacêutica, finanças, comunicação e informação, no período de 1 a 8 de outubro.
De acordo com a pesquisa, 60,6% dos respondentes afirmaram que preferem eventos nacionais presenciais do que virtuais. Os motivos mais citados foram rede de contatos e aprendizado qualificado. Em relação aos eventos on-line, o fator mais relevante citado foi a segurança sanitária. Para eventos on-line, 74,1% disseram preferir eventos com duração de dois dias. Em relação aos eventos presenciais, 52,1% responderam que o ideal seriam três dias.
Em relação a eventos internacionais, 58,1% dos respondentes disseram preferir os eventos presenciais.
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