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A queda de 23% no total de patrocínios a clubes europeus em 2020, por causa da pandemia, trouxe repercussões imediatas no futebol brasileiro.
O montante, de cerca de 23,6 bilhões de euros (R$ 156,5 bilhões) a menos em relação ao ano anterior, segudo da ESA (European Sponsorship Association), obrigou vários clubes da Europa a frearem investimentos e, muitas vezes, mudarem seu modelo de negócio, buscando o suporte financeiro de investidores e de fundos private equity.
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Neste processo, em curto prazo, há um freio nas contratações. Assim, se a gestão baseada apenas na negociação de jogadores for mantida, pelos clubes brasileiros, será uma ameaça para a saúde financeira destas agremiações.
“O principal reflexo que a gente enxerga na cadeia como um todo é que os clubes europeus estão com menos recursos disponíveis para fazerem investimentos muito grandes. Os clubes brasileiros acabam sendo diretamente afetados por isso, porque muitas vezes os europeus são os principais compradores de jogadores no mercado brasileiro”, afirma o consultor Pedro Oliveira, mestre em Administração e Finanças pela Fundação Getúlio Vargas e cofundador da consultoria OutField.
Paralelamente a isso, os próprios patrocinadores, muitos deles de outros países, inclusive da Europa, passaram também a oferecer valores muito abaixo do mercado em novos contratos ou até mesmo na renovação com clubes brasileiros.
“É visível que há dois efeitos, um deles é um numero menor de patrocínios fechados e o outro é que, quando há patrocínio, eles são fechados por valores menores do que seriam praticados em outras situações menos complicadas, por causa da menor disponibilidade de recursos”, afirma.
Ele aponta o São Paulo como um exemplo desses clubes que acabaram por não renovar seus patrocínios, estando sem patrocinador master desde dezembro último, quando se encerrou o acordo com o Banco Inter.
“Hoje o São Paulo talvez esteja entre os principais clubes paulistas com a camisa mais limpa, mas entra aí também o discurso do clube de querer trabalhar com a precificação que ele acha correta. Há vários outros clubes na situação do São Paulo no futebol brasileiro neste momento”, especifica.
Oliveira criticou a declaração do presidente da CBF, Rogério Caboclo, que, no início de março, em reunião com clubes, afirmou que os clubes poderiam ir à falência se houvesse a paralisação do futebol por causa da pandemia. Para o consultor, mesmo com a paralisação, fontes de renda alternativas poderiam compensar.
“A afirmação do presidente da CBF é completamente inadequada em uma série de aspectos, claro que o clube de futebol tem como centro de atividade a prática de esportes, jogos, competições, essa é a razão de um clube de futebol existir, mas os clubes obrigatoriamente têm de se enxergar como plataformas de entretenimento, disputadando espaço com paltaformas de streaming, jogos de videogame”, observa.
Desta maneira, segundo ele, o torcedor assumiria também um papel de consumidor. O sócio-torcedor, neste sentido, assume um papel ainda mais importante de, não só atrair bilheteria, mas também de alimentar essa relação de uma maneira mais ampla.
“Penso que a pandemia foi uma provocação boa, em um momento terrível, de fazer com que os clubes saiam da zona de conforto e se movimentem para serem mais criativos na geração de receitas. Isso passa pelo sócio-torcedor, por digitalizar experiências, passa por ter atuação no ramo de esporte eletrônicos, passa por tokenização, a discussão em torno de criptomoedas”, destaca.
No modelo de negócio dos clubes, no entanto, há o diferencial da paixão entre o consumidor e o produto. Entre o torcedor e o clube.
“Há uma série de elementos que os clubes podem começar a trabalhar a partir do momento em que eles se enxerguem como plataforma de entretenimento e mídia, no momento da economia global em que a atenção é disputada por todos. E, neste cenário, os clubes conseguem reter a atenção de seus torcedores por conta da relação passional de emoção que existe entre eles”, completa.
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