De acordo com uma pesquisa realizada pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib) aponta que a taxa mortalidade de pacientes com até 45 anos que contraíram Covid-19 aumentou 193%, ao comparar os meses de setembro, outubro e novembro de 2020 com fevereiro e março de 2021.
O índice de óbitos avança de 13,1% no primeiro período para 38,5% no segundo, segundo o estudo “Projeto UTIs Brasileiras”.
Foto: Diego Vara/Agência Brasil
A pesquisa aponta que a mortalidade hospitalar vem crescendo. Passou de 32% no trimestre formado por setembro, outubro e novembro de 2020 para 38% em dezembro, janeiro e fevereiro deste ano.
Já os pacientes que dependem de respirador, a taxa sobe de 65,6% para 72,8% dentro do mesmo período.
Em uma análise regional, o Norte passa pela pior situação com 62,4% de mortalidade geral e 80,1% na ventilação mecânica. O Sudeste apresenta os indicadores mais baixos: 33,2% e 70,9%, respectivamente.
De acordo com pesquisador Ederlon Rezende, coordenador do levantamento, a piora dos indicadores se deve ao agravamento das condições de operação do sistema de saúde.
“Esse é o pior momento para ficar doente. Quem adoecer agora terá dificuldades para ser atendido, pode ter o azar de precisar aguardar a disponibilidade de um leito de terapia intensiva, em um CTI operando acima da capacidade, faltando insumos e etc. Isso tudo se reflete no aumento das taxas de mortalidade de todos os lugares e todas as idades”, avalia o médico.
Entre os jovens a situação é preocupante, em setembro, outubro e novembro de 2020, 43,2% dos pacientes entre 18 e 44 anos que dependiam de ventilação mecânica morreram. Já em dezembro, janeiro e fevereiro deste ano, o índice subiu para 51,1%.
O perfil de pessoas maiores de 80 anos caiu de 13,4% para 9,7% as internações, um dado que deve ser comemorado. Já as pessoas entre 18 e 48 anos não mudou a taxa de internações, passou de 18% para 20%.
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