É hora de estrangeiros investirem no Brasil? Franklin Templeton diz que sim Por Investing.com

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Por Ana Carolina Siedschlag

Investing.com – Assim como quase todos os países do mundo, o Brasil luta para se livrar dos efeitos da pandemia de Covid-19. Com o número de mortes diárias batendo recordes macabros e uma que disparou em 2020, o maior país da América Latina pode não ser a primeira escolha para os investidores estrangeiros que buscam segurança.

Mas podem ser justamente esses tempos difíceis os responsáveis por destacar algumas oportunidades por aqui que não devem passar despercebidas aos olhos internacionais. Basicamente, há espaço para qualquer coisa em um país de 210 milhões de habitantes, que carece de estradas a portos e que surfa na expansão do mercado financeiro e do e-commerce. E isso em um mercado que acabou de descobrir que pode liderar o continente sul-americano em um mundo focado em ESG.

“Não devemos desperdiçar uma crise”, disse Gustavo Stenzel, Diretor de Estratégia LatAm da gestora Franklin Templeton, em entrevista ao Investing.com. Para ele, a inclusão financeira, a ruptura tecnológica e o aumento dos serviços digitais durante a pandemia tornaram o Brasil uma oportunidade ainda mais interessante aos olhos estrangeiros e que não pode ser ignorada.

Os leilões desta semana promovidos pelo governo brasileiro podem ser um teste ao apetite internacional, comenta Stenzel. A primeira rodada da “Infra Week”, nesta quarta-feira (7), em 22 aeroportos, 3.822% acima do que o governo pretendia. As ofertas incluíram a brasileira CCR (SA:), bem como a francesa Vinci Airports e a espanhola Aena (MC:).

“Há uma gama muito ampla de oportunidades de investimento e o mercado brasileiro é grande e líquido. Comparado à região e a muitos outros mercados emergentes, o Brasil é definitivamente um país para o qual devemos olhar”, disse Claus Born, especialista em produtos institucionais da Franklin Templeton, ao Investing.com.

Confira a entrevista completa com os analistas da gestora:

Investing.com: Nas últimas semanas, vimos dados econômicos otimistas em alguns países desenvolvidos, principalmente nos . Ao mesmo tempo, países como o Brasil lutam para controlar a pandemia, em um cenário de dívida pública já bastante crítico. Os países de mercados emergentes ficarão para trás nessa recuperação?

Gustavo Stenzel: Todos os países aumentaram suas dívidas. Países como o Brasil estão mais preocupados porque sempre se preocuparam com isso. Mas todos os países fizeram o mesmo. O principal é que não devemos desperdiçar uma crise. Se há muito endividamento, talvez as reformas venham mais rápido. O Brasil tem muitos ativos para vender que poderiam reduzi-la e havia uma agenda a respeito, mas que foi frustrada pela pandemia. Esperávamos mais privatizações, concessões mais rápidas e tínhamos algumas, mas ainda estamos atrás.

Claus Born: É provável que o tamanho da dívida tenha que manter as baixas por mais tempo. Ter um aumento dramático na taxa de juros tornaria a situação muito difícil e isso não é só no Brasil, mas globalmente.

Investing.com: Manter as taxas de juros baixas por mais tempo também pode continuar a apoiar a aceleração dos investimentos de renda fixa para mercados de ações. O que acham dessa diversificação de investimentos nos países emergentes?

GS: As baixas taxas de juros tornam as ações muito mais atraentes do que era investir em títulos no passado. Há também o fato de que as pessoas estão em casa e têm mais tempo para chegar a essas informações e o acesso aos mercados também é facilitado por meio de aplicativos e sites especializados. Isso é algo que podemos ver no mundo todo, mas que está acontecendo especialmente nos mercados emergentes.

CB: O grande benefício não é só para os investidores, mas também para as empresas, porque elas podem ir ao mercado agora para buscar capital, em vez de depender dos governos. E para os investidores significa que eles têm um portfólio muito mais diversificado no longo prazo e podem participar do crescimento dessas companhias, o que é uma experiência completamente diferente do que ficar montado em um título. É muito mais dinâmico e ajuda a construir um ambiente corporativo mais saudável.

Investing.com: Quais vantagens os mercados emergentes têm com essa rápida inclusão financeira?

GS: Existem duas coisas interessantes. A primeira é que não há mais competição de bancos públicos. No Brasil, por exemplo, os empréstimos dos bancos públicos representavam 55% do total, mas agora caíram para 45%. Outra coisa que aconteceu em toda a América do Sul é que muita ajuda financeira por conta da Covid-19 foi distribuída para pessoas que nem tinham conta em banco. A penetração dos serviços financeiros está alcançando pessoas que antes eram invisíveis para o sistema. Isso é muito empolgante porque uma coisa que sempre faltou na América Latina é a oferta de crédito. Durante a pandemia, as empresas não tinham mais como confiar que os governos iriam emprestar para elas, e eles tinham pessoas querendo fazer isso. Foi uma combinação perfeita. E, ao mesmo tempo, a tecnologia conduziu isso. O Brasil está na liderança na região, com 3 milhões de pessoas que agora estão envolvidas no mercado de ações, enquanto o México tem apenas 300.000. Eles estão chegando lá, no entanto.

Investing.com: A América Latina também está se atualizando na questão ESG?

GS: A Europa já era muito exigente com a questão ESG e agora os EUA estão se juntando a eles. Tudo começou com fundos de pensão e está começando a atrair outros investidores. A América Latina segue no mesmo ritmo, impulsionada por investidores institucionais e também por pessoas interessadas em fundos de sustentabilidade ESG.

CB: As empresas estão avançando muito rapidamente. A bolsa de valores no Brasil, B3 (SA:), já há muito tempo promove a sustentabilidade, não só como empresa, mas também para impulsionar todo o mercado. É um exemplo de uma companhia líder listada que tomou medidas específicas em termos de ESG. É algo que você não esperaria de uma empresa de um país com mercado emergente.

Investing.com: Isso está sendo aplicado às três letras do conceito ESG – ambiental, social e governança corporativa?

GS: Para nós, investidores, o G está muito ativo há muitos anos, por meio da eleição de membros do conselho ou do envolvimento com as empresas. Mas nos segmentos ambiental e social foi mais difícil para nós nos engajarmos. Contamos muito com os relatórios das próprias empresas. Então, esse é um impulso extra para eles serem mais transparentes. Mas o interessante é que também é um empurrão no lado financeiro, porque agora eles podem emitir um título verde se cumprirem certas regras. É uma virada muito curiosa que o ESG está tomando, não só sendo obrigatório, mas também um incentivo financeiro.

Investing.com: Além de se atualizar no departamento de ESG, quais são as outras oportunidades que os investidores devem olhar ao pensar em investir no Brasil?

GS: A coisa boa é que estamos em um ótimo lugar global agora. As taxas de juros são baixas em todos os lugares. O que quer que leiloemos, por exemplo, pode ter uma grande atenção. No ano passado, o leilão dos serviços de saneamento em Maceió [AL] tinha um lance mínimo de R$ 15 milhões. A empresa vencedora, que tinha um fundo canadense por trás, ofertou R$ 2 bilhões. É uma demanda incrível por tudo o que o Brasil tem para vender. A moeda é uma das vantagens dos investidores internacionais. As outras são tendências seculares, como bancarização, rupturas tecnológicas e o início do comércio eletrônico. O Brasil é um país com 210 milhões de habitantes, é muito difícil conseguir um mercado consumidor tão grande como este, com lacunas de infraestrutura e juros baixos. Existem muitos ângulos que são interessantes.

CB: Se você olhar da perspectiva de um investidor internacional, é um mercado de ações relevante e muito diversificado, especialmente depois de duas grandes ondas de IPOs. Há uma gama muito ampla de oportunidades de investimento e o mercado brasileiro é grande e líquido. Comparado à região e a muitos outros mercados emergentes, o Brasil é definitivamente um país para o qual devemos olhar.

Investing.com: E quanto aos desafios?

GS: A dívida é um problema crescente que ainda não vimos uma perspectiva clara de longo prazo. E basicamente significa o tamanho do governo. Eles estão trabalhando nisso, mas ainda não o suficiente para mudar a escala. Acho que essa é definitivamente a maior preocupação. A lenta recuperação das taxas de emprego também é um problema. Sem o retorno do , o emprego ainda terá dificuldades. E também a precisa voltar com a agenda de reformas e sustentabilidade do nível de endividamento. O que o governo vai fazer a respeito é um pouco imprevisível porque tem que lidar com forças diferentes. As pessoas no mercado sempre acham que as coisas deveriam andar mais rápido e alguns acreditam que mudanças agressivas podem vir somente após as eleições de 2022. Acho que algumas reformas podem vir antes disso.

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