Com friozinho em pleno sertão, cidade de Triunfo (PE) tem fondue de bode e já foi refúgio de Lampião | Descubra o Brasil

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No meio do sertão pernambucano, a cidade de Triunfo (PE) tem um cenário diferente do que o visitante espera encontrar na região. Paisagens verdes, montanhas, cachoeira e o clima ameno foram motivos para o lugar ganhar o apelido de oásis do sertão. Com prédios e casarios preservados, a cidade ainda guarda histórias do cangaço e até da invasão holandesa ao Brasil.

O Descubra o Brasil vai apresentar nos próximos meses destinos que já estão no radar dos viajantes que buscam roteiros diferentes, mas que merecem ser mais conhecidos.

Localizada a 1.000 m acima do nível do mar, Triunfo tem temperaturas mais baixas do que algumas cidades vizinhas. Mas é no inverno que isso fica mais claro, quando você pode encarar até 6°C por ali.

Na zona rural da cidade está o ponto mais alto de todo o estado de Pernambuco: o Pico do Papagaio, com 1.260 metros de altitude.

Casario antigo em Triunfo, Pernambuco — Foto: Flavio Costa/Divulgação

Lá do alto, o turista dá de cara com uma bela visão das montanhas do vale do Pajeú e das cidades próximas. O mirante tem ainda uma estátua do Careta, personagem folclórico do Carnaval local.

Já no centro de Triunfo, o maior destaque fica para o prédio do Cine Teatro Guarany. Quase centenário, o cartão postal da cidade foi construído em 1922, usando rochas e óleo de baleia, para dar estabilidade aos três andares da obra.

Pelas ladeiras da cidade, construções do século 19, coloridas e preservadas, dão mais charme ao lugar.

A cidade também é conhecida por sua ligação com Lampião. O cangaceiro teria buscado esconderijo em Triunfo diversas vezes, em uma construção hoje chamada de Casa Grande das Almas.

O motivo de ficar especificamente nesta casa, que é aberta a visitação de turistas, tem a ver com a sua localização estratégica: como a obra está exatamente sobre a fronteira estadual, Lampião conseguia enganar as polícias de Pernambuco e da Paraíba, segundo os moradores locais contam.

Além de visitar o esconderijo de Lampião, é possível conhecer mais sobre a história de Virgulino e inclusive ver objetos pessoais dele no Museu do Cangaço, que também conta a história do movimento.

Furna dos Holandeses, em Triunfo — Foto: Flavio Costa/Divulgação

Na zona rural da cidade, outro lugar aberto à visitação é apontado como esconderijo, mas de europeus: a Furna dos Holandeses. Segundo os moradores locais contam, essa gruta serviu de abrigo para alguns fugitivos depois que a tropa holandesa foi expulsa do Brasil, em 1654.

O lago João Barbosa Sitônio, no centro da cidade, é um passeio popular. Dá para andar de pedalinho, tirar foto com o letreiro da cidade à beira do lago e ainda ter uma vista panorâmica de Triunfo em passeio de teleférico.

Para combinar com o clima de friozinho, a cidade passou a apostar na fondue para atrair os turistas durante o período de inverno. Até que, em 2001, o dono de uma pousada e restaurante locais propôs algo inusitado: a mistura do prato suíço com um ingrediente típico da região – a carne do bode.

Cineteatro Guarany, em Triunfo, Pernambuco — Foto: Flavio Costa/Divulgação

“Meu pai sempre buscava inovar. Esse prato deu muito certo e as pessoas procuram até em outras épocas do ano, não apenas no inverno. Virou uma atração turística”, conta Ana Carolina Macedo sobre a criação do pai, Pedro Junior. O inventor da fondue de bode na cidade faleceu há dois anos, mas a segunda geração da família continua servindo o prato.

Como na tradicional fondue de carne, nesta versão você mesmo frita a porção de carne de bode. Como acompanhamento, molhos, mandioca frita (ou macaxeira, como é chamada na região) e tomate temperado. A refeição, servida para duas pessoas, custa R$ 125. Embora esteja dentro da pousada Baixa Verde, o restaurante é aberto também a não-hóspedes. Para apreciar a fondue de bode, no entanto, é preciso fazer reserva com um dia de antecedência, pelo telefone (87) 99622-0089.

Veja a seguir outros destaques de Triunfo:•Outra atração local é a Cacimba de João Neco, na zona rural. Nos anos 1930, em um período de seca muito longo, um morador local decidiu cavar um poço à mão. Três anos e 14 metros de profundidade depois, ele encontrou água. Para facilitar o acesso dos vizinhos a ela, o homem, que não tinha estudos, escavou túneis que seguem estáveis até hoje, mais de 80 anos depois.

Museu do Cangaço, em Triunfo, Pernambuco — Foto: Flavio Costa/Divulgação

  • A cidade também tem passeios por engenhos de cana de açúcar, onde o turista pode ver como cachaças, rapaduras e outros derivados são preparados.
  • No roteiro dos engenhos vale a esticada até a Cachoeira do Pinga. São duas quedas d’água: uma com 8 metros e outra com mais de 60 metros de altura. Ela tem esse nome porque, em períodos de estiagem, o fluxo de água fica tão baixo que a cachoeira parece apenas pingar.
  • A 10 km da sede do município, o turista pode visitar a Comunidade Remanescente Quilombola de Águas Claras, para conhecer suas histórias de luta e resistência, cultura e costumes, além de experimentar pratos típicos.
  • Na entrada da cidade, vale tirar foto no pórtico que dá as boas-vindas aos visitantes e tem arquitetura influenciada pelos europeus.

Triunfo fica na divisa dos estados de Pernambuco e Paraíba. São quase sete horas de viagem de carro para percorrer os cerca de 400km desde Recife.

A cidade tem mais de 30 opções de hotéis e pousadas, com 2.000 leitos no total.

Todo o comércio local aceita cartões como meio de pagamento. Mas vale levar dinheiro em espécie, porque não há caixas eletrônicos 24h. Na cidade, há agências bancárias do Banco do Brasil, Bradesco e Sicoob, além de uma lotérica.

O sinal das principais operadoras de celular funciona bem na região.

Na pandemia, a realização de eventos acima de 300 pessoas está proibida e a ocupação da rede hoteleira é de no máximo 75%, segundo a secretaria de turismo da cidade.

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