O bitcoin (BTC) sofre uma série de restrições na China desde 2017, o que fez com que o mercado de ativos digitais no país ficasse essencialmente morto até os últimos meses. A alta valorização da criptomoeda fez com que investidores chineses se articulassem para conseguir driblar as restrições e agitassem uma rede de negociações que beira a legalidade.
Em 2017, os reguladores chineses fecharam as bolsas e exchanges de criptoativos que atuavam na China sob alertas de alto risco de volatilidade e perdas para a economia nacional. Na época, o país asiático era o principal mercado de bitcoin no mundo, representando 90% do comércio global da criptomoeda.
Chineses driblam as proibições
De acordo com uma reportagem da Reuters publicada nesta segunda-feira (01), chineses encontraram meios para voltar a negociar bitcoin sem quebrar a lei. Agora, investidores transacionam a criptomoeda através de plataformas e bolsas que já atuaram na China, mas que se mudaram para o exterior.
Paris Chang, por exemplo, afirmou à Reuters que abriu uma conta no mês passado na Binance, uma das maiores exchanges de criptoativos do mundo. “Vim em busca de oportunidades de investimento”, disse.
Corretoras não podem negociar com yuans
Contudo, nenhuma dessas corretoras, bolsas e plataformas podem negociar criptomoedas por yuans, mesmo estando registradas no exterior. Essa é a principal dificuldade que um chinês encontra hoje na hora de comprar, vender ou transferir bitcoin.
O que os chineses podem facilmente fazer é abrir carteiras virtuais desde que elas estejam devidamente vinculadas a documentos que comprovem a identidade do indivíduo. Mesmo assim, a maioria das exchanges que operam dentro da lei não vão permitir o uso de yuans em nenhuma transação.
USDT se tornou meio de compra de bitcoin
A solução encontrada foi negociar bitcoin através da stablecoin USDT, que é vinculada ao dólar. Os chineses conseguem adquirir essa moeda digital em mercados peer-to-peer, utilizando seus yuans para comprar USDT com cartões de crédito, débito ou transferências bancárias.
Nada disso viola nenhuma lei chinesa desde que o dinheiro fiduciário seja transferido para o exterior antes. Tecnicamente, a China permite que fundos em yuan sejam movidos para o exterior sob alguma justificativa, como compras médicas e outras categorias permitidas pelos reguladores nacionais. Com o capital no exterior, um investidor pode então comprar USDT com sua moeda nacional.
Então, uma vez com a stablecoin em suas carteiras, os investidores chineses podem negociar normalmente através de bolsas e exchanges offshore, trocando suas USDTs por bitcoin e outras moedas digitais consideradas de alto risco pelo governo da China.
Brecha está fora do alcance de reguladores
Tecnicamente, nada disso é ilegal na China, mas as autoridades se mostram extremamente preocupadas com a brecha. Mesmo sabendo que isso vem ocorrendo, não podem fazer nada. Muitos alertas são feitos, dizendo que esse tipo de operação enfraquece as medidas contra lavagem de dinheiro que o governo chinês implementou por anos. A Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China (CSRC) não tem qualquer permissão para interferir nas transações de exchanges offshore.
Com informações: Reuters
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