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Por Pedro Fonseca
RIO DE JANEIRO (Reuters) – O Brasil atingiu nesta quinta-feira a marca de 10 milhões de casos de Covid-19 com o coronavírus em aceleração e sob temores da disseminação de uma nova variante brasileira mais transmissível, enquanto a vacinação foi interrompida em diversas cidades por falta de imunizantes.
Aglomerações por ocasião do feriado de Carnaval podem representar nas próximas semanas uma nova disparada de casos como a vista no início de 2021 após as festas do final do ano, alertaram epidemiologistas, agravando uma situação já preocupante e colocando o país a caminho de superar também a marca de 250 mil mortes provocadas pela doença.
“Em que pese esse número (10 milhões) ainda esteja provavelmente bastante subrepresentado pela falta de uma política de testagem assertiva, a triste marca de 250 mil óbitos em menos de 12 meses, que coloca o país como o segundo lugar onde a Covid mais mata no mundo, deixa claro a situação trágica da pandemia no Brasil”, disse Alexandre Naime Barbosa, chefe da infectologia da Unesp e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia.
Desde o fim do ano passado o Brasil enfrenta o risco de disseminação da nova variante de Manaus, que, assim como as variantes britânica e sul-africana, é considerada mais transmissível, tendo provocado o colapso do sistema de saúde da capital do Amazonas.
Ao menos seis Estados já tiveram casos confirmados da variante de Manaus, incluindo o Rio de Janeiro, onde um eventual espalhamento da forma mais transmissível do vírus pode provocar uma avalanche de casos e sobrecarregar uma rede hospitalar que já opera perto do limite.
A marca de 10 milhões de casos, confirmada pelo Ministério da Saúde na atualização de dados da noite desta quinta-feira, foi atingida 21 dias após o Brasil chegar a 9 milhões, o que representa o segundo período mais rápido para se acumular 1 milhão de casos, atrás apenas justamente do milhão anterior (20 dias).
O Brasil registra, segundo dados do ministério, 10.030.626 casos confirmados de Covid-19 e 243.457 mortes provocadas pela doença. O país só tem menos mortes causadas pela Covid-19 do que os Estados Unidos e fica atrás somente de EUA e Índia em número de casos.
Atualmente, segundo o Imperial College de Londres, a taxa de transmissão do coronavírus no Brasil está em 1,05, o que indica que cada 100 pessoas com o vírus contaminam outras 105. Na semana passada, o índice estava em 1,02. Há uma desaceleração do contágio quando a taxa permanece abaixo de 1.
O início da epidemia no Brasil é marcado como 26 de fevereiro, quando foi confirmado o primeiro caso, em São Paulo. O país atingiu o primeiro milhão de casos de Covid-19 em 19 de junho, após quase quatro meses desde o início da pandemia, e chegou ao primeiro pico no final de julho.
Entre setembro e outubro houve um recuo que fez parecer que a epidemia poderia estar sendo controlada, mas desde então a transmissão do vírus voltou a crescer e o recorde de casos em um único dia foi registrado no começo de janeiro, com quase 90 mil infecções confirmadas em 24 horas.
A situação este ano tem sido especialmente ruim no Amazonas e demais Estados da Região Norte, onde o colapso do sistema de saúde em meio ao avanço da nova variante levou a uma escassez de oxigênio que resultou na morte de pacientes asfixiados dentro de hospitais e a uma corrida desesperada das pessoas por cilindros de oxigênio.
“Nós acreditamos que ela é uma das variáveis responsáveis pela explosão de casos”, disse Felipe Naveca, virologista e pesquisador da Fiocruz Amazônia. “Devemos nos preocupar por conta das mutações e com esse aumento rápido em termos de frequência nos casos sequenciados. Isso nos sugere uma melhor adaptação desse vírus e sendo uma linhagem provavelmente mais transmissível.”
POUCAS VACINAS
Principal arma para conter a pandemia, a vacinação no Brasil segue em ritmo lento mediante um atraso do governo federal na busca por imunizantes e um atraso no cronograma de produção.
Até o momento, o Ministério da Saúde disponibilizou aos Estados apenas 11,8 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19, sendo 9,8 milhões da CoronaVac e 2 milhões da AstraZeneca.
Só para vacinar os principais grupos de risco –trabalhadores de saúde, idosos, indígenas e pessoas com morbidades– são necessárias 104,2 milhões de doses de vacina, para um total de 49,6 milhões de pessoas (duas doses por pessoa, mais 5% de perda operacional), de acordo com o plano de vacinação do governo federal.
Cidades como Rio de Janeiro, Salvador, Porto Alegre e Cuiabá foram obrigadas a suspender a vacinação por falta de imunizantes, e a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) disse que prefeitos de várias partes de país têm indicado a suspensão da vacinação.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, prometeu na quarta-feira em reunião virtual com governadores a entrega de mais 11,3 milhões de doses ainda em fevereiro, mas incluiu na conta 2 milhões de doses da vacina da AstraZeneca que ainda não tiveram o envio confirmado pela Índia.
“As projeções mais realistas apontam número cada vez maior do que os já alarmantes 10 milhões de casos de Covid e 250 mil mortos pela doença no país, o que torna bastante difícil imaginar que esse cenário trágico se modifique até o final deste ano devido à inoperação de ações efetivas por parte do governo”, afirmou Naime.
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